Criador do Menino Maluquinho, Ziraldo morre aos 91 anos no Rio

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 17:01
Ziraldo foi desenhista, chargista e escritor. Foto: Reprodução

O desenhista e escritor Ziraldo, criador de icônicos personagens como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, faleceu aos 91 anos, na tarde deste sábado (6), em seu apartamento na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto dormia. Sua família confirmou o falecimento. Ele também era chargista, caricaturista e jornalista, tendo sido um dos fundadores do jornal “O Pasquim” nos anos 1960, um veículo importante na oposição à ditadura militar no Brasil.

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 1932, Ziraldo teve sua infância marcada pela leitura e pelas primeiras incursões no mundo das artes. Seu primeiro desenho foi publicado aos seis anos, e desde então sua carreira artística se desenvolveu. Iniciou-se nos anos 1950 na revista “Era uma vez…” e ao longo dos anos, contribuiu com diversos veículos, incluindo “O Cruzeiro” e “Jornal do Brasil”, onde se destacou com charges políticas e cartuns.

O reconhecimento de Ziraldo como autor de histórias em quadrinhos veio na década de 1960, quando publicou a revista da “Turma do Pererê”, explorando o folclore brasileiro. Porém, foi na literatura infantil que ele encontrou seu maior sucesso, com a publicação de “O Menino Maluquinho” em 1980, tornando-se um fenômeno editorial no Brasil.

Menino Maluquinho é a criação mais conhecida de Ziraldo. Foto: Divulgação

Além de sua carreira artística, Ziraldo também foi um importante ativista político, participando ativamente da resistência à ditadura militar no Brasil. Junto com outros colaboradores de “O Pasquim”, ele lutou pela democracia, enfrentando a censura e inclusive sendo detido em decorrência de suas posições políticas.

Após a redemocratização do país, Ziraldo continuou sua prolífica carreira, dedicando-se principalmente à literatura infantil, com obras que encantaram gerações de leitores brasileiros. Seu legado artístico e político permanece vivo, marcando uma era na cultura brasileira e deixando um impacto duradouro no cenário literário e editorial do país.

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