Depois da farsa do triplex, em que Lula foi condenado mesmo sem prova de que seja proprietário ou use o bem, a Lava Jato prepara mais uma condenação a Lula.
É o processo do sítio em Atibaia, já em fase adiantada.
Assim como no caso do triplex, o do sítio em Atibaia está está sendo conduzido com uma interpretação muito elástica da legislação, que permitiu aos procuradores da Lava Jato considerar como prova o que seriam apenas indícios e fazer um enquadramento forçado de tipos penais.
O Diário do Centro do Mundo vai contar a verdadeira história do sítio e os furos da investigação.
É nosso novo crowdfunding.
Pela apuração já realizada, necessária para a elaboração do projeto, é possível concluir que o sítio, em nenhuma hipótese, pode ser considerada propriedade de Lula ou de sua família, nem direta nem indiretamente.
O sítio foi comprado em outubro de 2010, com recursos que saíram da poupança de um amigo de Lula, Jacó Bittar, e foram transferidos para o filho dele, Fernando Bittar, em nome de quem a propriedade foi adquirida.
Ao que tudo indica, foi comprado para que as famílias de Jacó Bittar e de Lula continuassem a desfrutar de um lazer compartilhado, prática que já vinha sendo verificada com Lula na presidência.
“Lula ficou sabendo que Jacó Bittar estava doente e, depois de um longo período em que não se falavam, convidou Jacó Bittar para passar temporada com ele no Alvorada e na Granja do Torto”, diz um amigo comum.
Jacó Bittar, que tem Parkinson e, viúvo, sofria com a depressão, melhorou depois que começou a passar fins de semana com a família do então presidente.
Já no final do mandato de Lula, Jacó Bittar avisou a dona Marisa que iria comprar um sítio e sugeriu que ela continuasse com criações de galinha, pato e outros animais na sua propriedade.
A compra foi feita, e a OAS e a Odebrecht se encarregaram da reforma. Quando o serviço terminou, Lula já tinha deixado de ser presidente fazia tempo.
A ajuda das empresas pode ser questionada do ponto de vista ético, mas não criminal — quando Fernando Henrique Cardoso deixou a presidência, ele desfrutava de uma pista de aeroporto construída pela Camargo Corrêa numa propriedade vizinha à sua fazenda em Minas Gerais.
Fernando Henrique também usufrui do apartamento que está em nome de seu amigo Jovelino Mineiro, em Paris, ruralista que é uma das pessoas mais citadas no seu livro de memórias da presidência.
Para processar Lula, a Lava Jato vinculou o sítio em Atibaia a oito contratos da Petrobras com a OAS e a Odebrecht, mas não há nenhuma vinculação de recursos usados na reforma com pagamentos da empresa controlada pela União.
Pelo contrário.
Parte das despesas foi bancada com dinheiro de um projeto executado pela Odebrecht mediante contrato com a Sabesp, controlada pelo governo do Estado, nas gestões de Serra e Alckmin.
O Ministério Público do Estado de São Paulo chegou a investigar a propriedade e a reforma do sítio, juntamente com o triplex.
No caso do triplex, todos os acusados foram absolvidos — a parte relativa a Lula, só a parte relativa a ele, foi encaminhada para Sergio Moro.
No caso do sítio, o Ministério Público do Estado abandonou a investigação, aparentemente por contatar que não era possível vincular Lula a nenhum crime.
Já o Ministério Público Federal fez do caso um cavalo de batalha, segundo depois do triplex.
Mas, como acontece nos casos que envolvem Lula, falta mostrar o que o ex-presidente fez em troca da reforma. Não há fato criminoso descrito.
O responsável pelo projeto é o jornalista Joaquim de Carvalho.
Como em outros casos de repercussão, como o Helicoca, a sonegação da Globo, Lista de Furnas, Miriam Dutra, Compra de Votos da Reeleição e a Indústria da Delação Premiada, ele vai se dedicar a apurar o caso do sítio de Atibaia.
Na pré-apuração, deu para ver que tem muita fumaça e pouco fogo.
Lula controlou um dos maiores orçamentos públicos do mundo, e a Lava Jato o acusa de ser corrupto por conta de de dois pedalinhos, um barco de alumínio e a reforma de uma cozinha.
No empenho dos procuradores, falta substância, sobram adjetivos.
Tudo indica que seja mais uma etapa da campanha para criminalizar e interditar a mais popular liderança política do Brasil.
Vamos mostrar o que é verdade, o que é mentira e o que é meia-verdade no caso do sítio de Atibaia.
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