Cúmplice de Bolsonaro, Queiroga sabe que a hora dele vai chegar

Atualizado em 21 de fevereiro de 2023 às 13:55
Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga é um desses casos explícitos de meritocracia às avessas do mundo bizarro bolsonarista. Quando aceitou ocupar a pasta da Saúde de Jair Bolsonaro, dois outros nomes – Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich – haviam abandonado o posto por divergirem da estupidez negacionista do então presidente.

Um terceiro, o general Eduardo Pazuello, foi defenestrado porque, embora ignorante e estúpido o suficiente para ser ministro de Bolsonaro, expôs-se em demasia ao deixar cidadãos de Manaus morrerem asfixiados, durante a pandemia.

Queiroga foi a raspa do tacho bolsonarista e tornou-se ministro da Saúde com a promessa plenamente cumprida de servir sem meios termos a um psicopata disposto a dizimar parte da população fazendo a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19 em detrimento da vacinação.

É cúmplice, portanto, do assassinato de 400 mil dos quase 700 mil brasileiros vítimas do novo coronavírus que, estima-se, poderiam ter sido salvos se, ao invés de receitar cloroquina, Bolsonaro e sua gangue tivessem seguido as normas da Organização Mundial da Saúde.

É bem razoável supor que, revelado agora que Bolsonaro se vacinou, em 2021, tenha sido ele, Queiroga, a imunizar pessoalmente o Boca Podre. Ou, no limite, tenha organizado a operação que levou algum profissional da saúde, provavelmente do SUS, a participar de uma mentira criminosa que pode ter convencido milhões de pessoas a se exporem à morte em nome de um embuste ideológico.

Não é de se estranhar, portanto, que, do nada, Marcelo Queiroga tenha ressurgido nas redes sociais para mentir sobre Bolsonaro, depois de Lula ter aparecido pessoalmente no litoral de São Paulo, após a tragédia das chuvas.

Marcelo Queiroga sabe a quem serviu e, por isso mesmo, as consequências nefastas que o destino pode reservar para ele, dentro e fora do Brasil. Puxar o saco de Bolsonaro é só um ato de desespero diante da possibilidade real de, mais para frente, ter que morrer abraçado a ele.