Dirigentes do PL estão irritados com as ações da ala mais radical e bolsonarista do partido que continua sem aceitar a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial e cria constrangimento ao vazar dados de discussões internas do partido. A conduta desses radicais atrapalha na organização de uma oposição ao futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo a colunista Juliana Dal Piva, do UOL.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é uma das que mais irritam o partido, conforme a colunista Bela Megale, do jornal O Globo. Para o PL, a parlamentar investe apenas em ações que alimentem a sua própria base. A derrota de Jair Bolsonaro (PL), em parte, é atribuída a ela, devido ao episódio em que perseguiu com uma arma um homem negro, nas vésperas do segundo turno.
Porém, o que mais irritou o partido nos últimos dias foi a informação de que o PL iria pedir a anulação das eleições com base em um relatório feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pela legenda para fazer uma espécie de auditoria do resultado das urnas. O documento chegou a ser divulgado pelo site Antagonista na terça-feira (15). Horas depois, o PL negou a informação e disse que o documento era “obsoleto”.
“Ainda não foi divulgada qualquer versão final do relatório, temos estudos em andamento. A versão publicada pelo Antagonista é obsoleta e não está assinada por ninguém”, afirmou o partido em nota.
O grupo mais próximo ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, avalia que alguma ação deveria ter sido feita ainda durante a campanha. Agora, após a derrota, não seria mais possível. De acordo com o partido, o Instituto Voto Legal foi contratado apenas por uma exigência de Bolsonaro e o PL atendeu ao pedido do presidente porque o considera um ativo.