Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (16), Deltan Dallagnol (Podemos) afirmou que nunca procurou o presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir uma suposta nomeação para a PGR.
Porém, o ex-procurador da Lava Jato assumiu ter passado o contato de um pastor da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para o procurador Vladimir Aras, como acusou o presidente.
“Eu não o procurei porque sempre tive esse entendimento que o PGR tem que sair da lista tríplice”, disse o ex-procurador. Segundo o presidente, Dallagnol e Aras queriam “colocar um nome na PGR de interesse deles, da Lava Jato”. “Tráfico de influência”, acusou Bolsonaro.
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Dallagnol assume uso de pastor
Deltan afirmou que “é até provável” que tenha passado o contato do pastor para o procurador, mas negou qualquer tentativa de intervir na nomeação. “Pode ter acontecido”, disse ele sobre passar o contato. “Foi em favor de algum outro colega que queria conversar com o presidente por indicação de alguém da lista tríplice, que favorecesse o combate à corrupção, o que é legítimo”, afirmou.
“Se eu passei para Vladimir Aras, é outra pessoa que defendeu a escolha de alguém da lista tríplice. Não era qualquer pedido para que eu fosse escolhido, com toda a certeza”, garantiu o ex-procurador.
Dallagnol afirmou ainda que intermediários do presidente Jair Bolsonaro teriam falado com ele para tentar uma reunião com o presidente e discutir a nomeação do PGR. “Por duas vezes, interlocutores dos presidentes da República nos buscaram para intermediar possível contato. Uma dessas reuniões com um interlocutor do presidente Jair Bolsonaro, não sei se com o consentimento dele, que nos procurou para marcar uma reunião sobre esse assunto, da nomeação”, disse.
Segundo o ex-procurador, houve uma reunião com um time de 15 a 20 procuradores para decidir se a reunião aconteceria. “A gente entendeu que não seria adequada uma visita ao presidente porque daria margem para interpretações equivocadas sobre nosso trabalho, que sempre foi técnico, imparcial e apartidário”, afirmou.
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