Daniela Mercury decidiu abrir mão do pagamento pelo show no 1º de Maio das centrais sindicais na Praça Charles Miller, em São Paulo. Em ofício enviado à Secretaria Municipal de Cultura nesta quinta-feira (5) a empresa que representa a cantora solicitou o cancelamento do contrato e o consequentemente o pagamento.
A mulher de Daniela, Malu Verçosa, disse ao Estadão que a artista não recebeu nem receberá nenhum recurso da Prefeitura de São Paulo.
O show virou alvo de uma investigação da Controladoria-Geral do Município após Daniela declarar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia discursado minutos antes no evento. Como a atração foi em parte custeada com emendas parlamentares, a Prefeitura abriu processo para apurar desvio de finalidade e suspendeu o pagamento de R$ 100 mil que faria à produtora responsável pela contratação da cantora.
Durante a apresentação Daniela puxou um coro de “Lula” e segurou uma bandeira com o rosto do petista. “O Brasil precisa de Lula”, disse ao final do show. Além dela, mais três artistas se apresentaram no evento.
Com a repercussão do show, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de São Paulo decidiu abrir uma apuração sobre o ato. Segundo o UOL, promotores de Justiça disseram que a apuração deve se debruçar sobre uma violação de princípios da administração pública, como moralidade e impessoalidade.
Os vereadores Alfredinho e Eduardo Suplicy, ambos do PT, encaminharam verba, via emenda parlamentar, para custear o ato, juntos eles destinaram R$ 525 mil para pagar a produção e organização do evento. O vereador Sidney Cruz (Solidariedade) também destinou uma verba de R$ 187 mil para pagar o cachê dos artistas que se apresentariam na festa.