Datafolha: 59% dos brasileiros aprovam decisão de Lula sobre o golpe de 64

Atualizado em 31 de março de 2024 às 6:56
O presidente Lula com os comandantes militares Marcos Olsen, Tomás Paiva, Marcelo Damasceno, além do ministro da Defesa, José Múcio. Foto: Ricardo Stuckert

A decisão do presidente Lula (PT) de proibir eventos relacionados aos 60 anos do golpe militar em órgãos governamentais recebeu o apoio de 59% dos brasileiros, enquanto 33% consideraram que a ação do presidente foi inadequada. Cerca de 8% dos 2.002 entrevistados pelo Datafolha não souberam opinar sobre o assuntofol. Com informações da Folha de S.Paulo.

Esse veto foi o mais recente motivo de controvérsia envolvendo o presidente, especialmente entre sua base mais à esquerda, devido à sua abordagem conciliatória com as Forças Armadas após anos de tensões durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e o envolvimento militar nos eventos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Além de demonstrar gestos de aproximação com os militares, Lula também atraiu críticas recentemente por afirmar que a ditadura de 1964 “faz parte da história”. Ele também adiou a recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos, o que gerou descontentamento, especialmente com as Forças Armadas, durante o mandato de Dilma Rousseff (PT, 2011-16).

A postura conciliatória de Lula reflete seu estilo durante seus primeiros dois mandatos, de 2003 a 2010. Ele, como produto político daquela época, chegou a ser preso durante suas atividades sindicais no ABC paulista.

A polarização entre os apoiadores de Lula e Bolsonaro influencia fortemente as opiniões, mais do que uma consistência ideológica suposta. Entre os entrevistados que se identificam como petistas em algum grau, 41% apoiam totalmente a decisão de Lula, enquanto 19% a desaprovam. Por outro lado, entre os bolsonaristas, 49% consideram que Lula agiu mal, enquanto 42% aprovam o veto.

Bolsonaro com o livro de seu ídolo Brilhante Ustra, militar torturador ícone do regime de 64. Reprodução

Bolsonaro sempre foi um defensor da ditadura, e sua posição não mudou durante seu mandato como presidente, de 2019 a 2022.

Grupos usualmente alinhados ao bolsonarismo, como os evangélicos, têm opiniões divididas sobre o veto de Lula, com 52% aprovando e 38% desaprovando. A maior aprovação ao veto ocorre entre aqueles com menos instrução, atingindo 66%.

Os entrevistados que se declaram politicamente neutros tendem a aprovar majoritariamente o veto (53%), enquanto 36% o desaprovam.

A pesquisa do Datafolha foi realizada nos dias 19 e 20 de março em 147 cidades, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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