A conta do fracasso tucano na cavalgada do golpe deve ser enviada ao derrotado Aécio Neves, mas todos eles poderiam se coçar para pagar, inclusive o decano Fernando Henrique Cardoso.
O último Datafolha aponta que os principais nomes do partido — Aécio, Serra e Alckmin — despencaram nas intenções de voto.
Serra faz 11%, enquanto a dupla Lula e Marina fica com 22%. Aécio aparece com 17%, 9 pontos percentuais a menos do que em relação aos 26% de dezembro de 2015. Geraldo Alckmin foi de 14% a 9% no mesmo período.
Jair Bolsonaro aparece com 8%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (7%).
Quando se juntam os três tucanos na mesma simulação, a coisa se complica mais: Lula 21%, Marina Silva com 16% e Aécio Neves com 12%. Alckmin e Serra com mirrados 5%.
Desde outubro de 2014, quando perdeu por uma margem apertada, Aécio apostou na instabilidade e no atalho do impeachment. Apanhou das urnas e, em seguida, apanharia da opinião pública com suas oito citações na Lava Jato. Sumiram 70 mil seguidores do Facebook.
O deputado pitbull Carlos Sampaio se pendurou em Eduardo Cunha, com o beneplácito de Aécio, mesmo quando Cunha já tinha sido fotografado com a mão ensanguentada e cheia de dinheiro escondido na Suíça.
Sem qualquer sinal de grandeza, FHC pregou incialmente a renúncia de Dilma até virar um papagaio do impedimento. No meio do caminho, não emplacou sequer seu candidato à prefeitura de São Paulo.
Sem deixar Dilma governar, aliando-se ao bandido da ocasião, eles colhem os frutos da criminalização do PT, da aposta na crise, da demagogia e do apoio a grupelhos fascistoides como Revoltados online, MBL, Vem Pra Rua e outros.
Montados nos kataguiris, conseguiram ser expulsos da Avenida Paulista. A estratégia abriu espaço para o crescimento de nulidades direitistas assumidas como Jair Bolsonaro.
O PSBD paga o karma de uma guinada canalha. De grande esperança branca, Aécio é hoje o criador de memes mais famoso do Twitter. O que está acontecendo, ele sabe, é inaceitável.