Por Moisés Mendes
Bolsonaro será lançado candidato à reeleição, em convenção do PL no domingo, e três dias depois o Datafolha fará uma pesquisa sobre a disputa à presidência.
Pode, Arnaldo? Pode, mas não é de bom tom. A convenção vai mobilizar direita e extrema direita e oferecer a Bolsonaro um palco que ele não teve até agora.
O sujeito será mostrado nas redes bolsonaristas, na TV, no rádio, nos sites e nos jornais num Marcanãzinho possivelmente lotado.
E teremos como grande novidade, pelo que se anuncia, a apresentação do Bolsonaro fofo, com um discurso completamente diferente do que ele é.
A pesquisa será feita na quarta e na quinta. Terá o impacto da convenção e pode medir, mesmo que alguns dias depois, os efeitos de fatos importantes.
O primeiro fato, aparentemente contra Bolsonaro, foi o assassinato de Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu. Numa situação normal, o sujeito perderia votos.
Na situação anormal que vivemos, é possível que crimes como esse fidelizem ainda mais (se é que não podem ampliar) o eleitorado de Bolsonaro.
Outro fato relevante foi a reunião com os embaixadores, com repercussão mundial, quando Bolsonaro mandou um recado direto aos diplomatas sobre o golpe.
Mas ele tem dois fatos importantes que podem favorecê-lo. A redução, mesmo que pequena, nos preços dos combustíveis e a mudança no humor de pobres e miseráveis com o pagamento do novo auxílio de R$ 600.
Não há nada de importante que possa ter relação direta negativa com Lula. Mas há um dado positivo: a adesão de Anitta à sua candidatura.
O que a maioria dos analistas prevê é que Bolsonaro pode ter uma pequena reação, já registrada em outras pesquisas recentes, e que Lula, ao contrário, pode registrar uma queda, mas também pequena.
A distância entre Lula e Bolsonaro pode ter redução significativa? Eis a questão em aberto.
A pesquisa sai na quinta-feira à noite. O bom seria se derrubasse as previsões da maioria e mostrasse que Lula ampliou a diferença, reafirmando a possibilidade real de vitória no primeiro turno.
Na última pesquisa Datafolha, de 23 de junho, Lula venceria no primeiro turno com 53% dos votos válidos.
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FORA DO 7 DE SETEMBRO
A quem interessa, a quase dois meses da eleição, um duelo com o fascismo no 7 de setembro?
Só interessa a Bolsonaro e aos golpistas desesperados.
Lula está certo de novo. Não há sentido em ir pra rua no 7 de setembro.
A extrema direita quer provocação e esculhambação.
Até porque as esquerdas nunca deram bola para o 7 de setembro.
O que os democratas ganhariam indo pra rua agora, às vésperas da eleição que pode ser vencida no primeiro turno? Nada. Zero.
Deixem a camisa da Seleção e o 7 de setembro com eles.