O país concorda com Bolsonaro: ele não nasceu para ser presidente.
A conclusão do Datafolha de domingo, dia 7, é que o ex-mito não deve passar o réveillon do ano que vem no Palácio da Alvorada.
A pesquisa comparou presidentes desde Collor após cem dias e no primeiro mandato e sua avaliação é a pior.
Pelo menos 30% o consideram ruim ou péssimo e 33% regular.
Os 32% que acham o governo ótimo ou bom são os doentes que demorarão mais a cair na real, mas cairão.
O resultado é ainda pior do que o apresentado pelo Ibope no mês passado, que dava 24% de ruim ou péssimo.
Os próximos levantamentos trarão números mais desastrosos por razão de inércia e, sobretudo, porque esse bando é especializado em achar um alçapão embaixo do poço.
Ninguém pode se declarar surpreso.
O Datafolha mostra também queima de capital político em pouco tempo.
“Na região Sul, onde o presidente alcançou seu maior índice de votação, 68%, apenas 39% classificam seu governo como ótimo ou bom —e 54% dizem que ele fez menos do que o esperado. No Sudeste, onde conquistou 65,4% dos votos válidos, o percentual de frustrados chega a 59%”.
Não há nada que indique que o comandante dessa nau sem rumo vai tomar juízo e pôr alguma ordem na casa, a começar pelos três patetas que criou.
Bolsonaro teria que deixar de ser Bolsonaro, Olavo de Carvalho teria que se comportar como gente.
A tese dessa turma, explicitada pelo secretário da Presidência, Filipe Martins, é a de que o sujeito deve reinar com o apoio popular e não com o Congresso.
Que apoio popular?
Eles confundem o povo com os cachorros e robôs que vivem nas redes sociais e que fazem parte da camada mais rica que não largou Bolsonaro — por enquanto.
Ninguém suporta incompetência com o ambiente de guerra, tóxico, criado pelo bolsonarismo.
Ao invés de medidas para criação de emprego, Bolsonaro fala em lombada eletrônica e pesca, num esquete ruim de humor.
A solução apresentada para as “más notícias” dadas pelo IBGE: destruir o IBGE.
Jair não poderá fazer o mesmo com o povo brasileiro.