Governo Bolsonaro é assunto. AO VIVO. Café da Manhã do DCM com a filósofa e escritora Márcia Tiburi, uma das mais importantes vozes da luta antifascista do País, e a estudante de história Laura Sabino, youtuber e influenciadora digital marxista.
A conversa a escalada de violência no campo; o cerco aos ianomâmis, pelo garimpo ilegal; o escândalo do viagra e a decadência das Forças Armadas; e a corrupção generalizada, no governo Bolsonaro. Logo após, às 10h30 segue o Café da Manhã com Renzo Mora e Fabrício Rinaldi. Moderação: Maria Fernanda Passos
Garimpo ilegal apoiado por governo Bolsonaro ameaça terras de povos indígenas no Brasil
Nesta segunda-feira (11), aproximadamente de 4 mil indígenas marcharam em Brasília (DF). O protesto é contra o Projeto de Lei (PL) 191/2020, que autoriza mineração e garimpo em territórios tradicionais.
Os manifestantes saíram da região central de Brasília onde está, desde o último dia 4, o Acampamento Terra Livre, e seguiram até o Congresso Nacional, caminhando por cerca de quatro quilômetros. O ponto alto da marcha se deu em frente à sede do Ministério das Minas e Energia, onde os indígenas abriram uma enorme bandeira de protesto contra o garimpo.
Lideranças indígenas afirmam que a aprovação do PL 191/2020 traria um efeito devastador nas áreas tradicionais. Potencialmente contaminantes, as atividades do garimpo, por exemplo, podem comprometer os territórios com a poluição de rios e cursos d’água e devastação das matas.
Segundo relatório “Yanomami sob Ataque!”, preparado pela Hutukara Associação Yanomami, com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), o garimpo na Terra Indígena Yanomami cresceu 46% em 2021, depois de já ter aumentado 30% no ano anterior, em um avanço desordenado que leva à criação de vilas inteiras, mercados, pousadas e internet, e traz destruição, doenças e violência para dentro da maior terra indígena do país.
Entre 2016 e 2020 o ataque à terra indígena teve um aumento de 3.350% nos registros de operações ilegais em apenas quatro anos, seguindo a crise orçamentária e de desinteresse na proteção das terras indígenas que deixou agências ambientais sem recursos e sem pessoal e enfraqueceu os postos de atendimento aos indígenas dentro das terras yanomami.
O relatório, que mostra fotos aéreas e de satélites das ocupações, aponta que 273 das 350 comunidades indígenas e 16 mil indivíduos dentro das terra yanomami são afetadas pela invasão do garimpos.