De forma inédita, Israel entra na lista de países que mais prendem jornalistas

Atualizado em 19 de janeiro de 2024 às 17:04
Wael Al-Dahdouh, chefe da sucursal da al-Jazeera em Gaza, durante o funeral de parentes mortos por ataque de Israel. Foto: AFP

Israel é um dos países que mais prendem jornalistas no mundo, segundo censo do Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), divulgado nesta quinta (18).

A instituição monitora ataques contra a imprensa desde 1992 e contabilizou 320 jornalistas encarcerados no ano passado por conta de sua atividade, segundo maior número da série histórica.

O censo foi realizado em 1º de dezembro de 2023 e, na ocasião, 17 jornalistas estavam sob custódia de Israel. Segundo a pesquisa feita pela instituição, todos os prisioneiros eram palestinos da Cisjordânia. O número é maior que o dobro do recorde anterior, de 2016, quando sete profissionais estavam detidos.

Empatado com Irã e atrás de China, Myanmar, Bielorússia, Rússia e Vietnã, Israel aparece na sexta posição do ranking. Veja a lista:

  1. China (44 jornalistas)
  2. Myanmar (43)
  3. Bielorrússia (28)
  4. Rússia (22)
  5. Vietnã (19)
  6. Irã e Israel (17 cada)
  7. Eritreia (16)
  8. Egito e Turquia (13 cada)
Profissionais da imprensa durante a cobertura dos ataques israelenses a Gaza. Foto: Reprodução

Entre todos os jornalistas presos, 14 deles estão sob custódia sem cumprir pena por qualquer acusação formal, segundo o CPJ. Israel tem um mecanismo legal que permite uma “detenção administrativa” para qualquer um que seja suspeito de cometer ou ter planejado cometer um crime no futuro.

Inicialmente, a pena é de seis meses, mas pode ser estendida indefinidamente com base em “evidências secretas”.

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