De olho em 2026: o roteiro de aliados para conseguir a anistia de Bolsonaro

Atualizado em 5 de junho de 2024 às 9:29
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) traçaram um caminho para que ele possa voltar a sonhar com a disputa das eleições em 2026, caso receba uma anistia, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. Atualmente, Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O plano inclui várias etapas, tanto a curto quanto a longo prazo. A primeira delas exige a aprovação de um projeto no Legislativo que anistie os presos e réus dos ataques terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

O projeto de lei ainda está sendo elaborado, mas o PL, partido de Bolsonaro, tem condicionado seu apoio aos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados à aprovação deste projeto. Os bolsonaristas acreditam que a estratégia deve começar com uma anistia ampla, facilitando sua defesa pelos parlamentares e aumentando a pressão pelo perdão nas redes sociais.

A abordagem inicial também visa reduzir a resistência no meio político e no Judiciário para um segundo passo, que viria mais adiante, se e quando Bolsonaro ficasse de fora do projeto – considerando que ele ainda não está preso e nem é formalmente réu pelos atentados de 8 de janeiro.

A segunda etapa do plano seria implementada alguns meses antes da eleição presidencial de 2026. Nesse momento, a ofensiva seria direcionada ao próprio TSE, aproveitando a mudança de presidência do tribunal, quando Cármen Lúcia dará lugar a Kassio Nunes Marques, vice-presidente e um dos dois ministros do Supremo nomeados por Bolsonaro.

Os aliados do ex-chefe do Executivo acreditam que, se o cenário político for favorável, Nunes Marques não negará a quem o nomeou a possibilidade de um novo julgamento.

Inelegível

Bolsonaro está inelegível devido aos ataques ao sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha presidencial de 2022. Ele também foi condenado à inelegibilidade em outro processo, que julgou a instrumentalização do bicentenário da independência no mesmo ano.

Além disso, o ex-presidente já foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no caso da fraude nos cartões de vacinas e é investigado no caso das joias sauditas. No Supremo Tribunal Federal (STF), ele é alvo de inquéritos que apuram a tentativa de golpe.

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