A informação de que o prefeito Bruno Covas está propenso a abrir mão da reeleição pensando numa possível candidatura ao Senado em 2022 mexeu com o PSDB de São Paulo.
Candidato derrotado à presidência no ano passado, Geraldo Alckmin está de olho nesta vaga. Por isso move peças no tabuleiro tucano para convencer o partido a forçar Bruno a se manter na disputa pela prefeitura.
Alckmin, que andava sumido, voltou a circular.
Abriu a agenda para receber filiados e, nas sombras, está liderando, incentivado por Fernando Henrique, Serra, Goldman e José Aníbal, entre outros, um movimento de desfiliação em massa em contraposição à liderança de João Doria no estado.
O ex-governador joga com duas possibilidades: o PSD de Gilberto Kassab, numa articulação com Serra, e o PTB de Campos Machado.
João Doria, surpreendido pela derrota nacional no caso da expulsão de Aécio Neves, está também se isolando da ala tradicional dos tucanos paulistas.
Desmobilizou os diretórios, tenta esvaziar as pretensões de Bruno Covas – Doria acusa o prefeito de não ter ajudado sua candidatura no ano passado – e trabalha para ter pelo menos quatro candidaturas sob seu comando à prefeitura em 2020: Felipe Sabará (Novo), Joice Hasselmann (PSL), Henrique Meirelles (PMDB) e alguém do consórcio PSDB-DEM.
O prefeito Bruno Covas, segundo tucanos, não diz claramente que pretende abrir mão da reeleição mas deixa a informação circular.
Esse é o drama de Alckmin: bater chapa pela vaga com o neto de Covas seria o pior dos mundos para o ex-governador, por isso o cálculo de que sair antes do problema se instalar pode ser a melhor opção.