De onde surgiu o nome do mascote das Olimpíadas de Londres

Atualizado em 23 de julho de 2012 às 14:51

 

O mascote

 

Wenlock.

Você com certeza já ouviu falar esse nome  – o do mascote dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012. (Meu pequeno sobrinho Antônio, a quem dei um bonequinho em sua recente passagem por Londres, decidiu chamá-lo de Zé Caolho por ter um olho só.)

A história por trás do nome é ainda mais bonita que o mascote.

É uma homenagem a um visionário quase desconhecido fora da Inglaterra, William Penny Brookes. Se há um tipo de homem de quem você pode dizer que sabe tudo, esse era o caso de Brookes. Cirurgião, dominava a botânica e a matemática, e falava várias línguas. Fora tudo, tinha uma profunda consciência social.

Inspirado nos Jogos Olímpicos da Grécia, ele  criou em 1850 uma competição destinada a estimular a prática de esporte em sua cidade,  a pequena Wenlock. Com pouco mais de 2 000 habitantes, Wenlock – a rigor Much Wenlock, para distinguir da vizinha Little Wenlock, ainda menor — fica a 200 quilômetros de Londres.

Brookes, que lutou pela inclusão de educação física no currículo das escolas, entendia que o esporte, fora os benefícios para a saúde, era também um meio de ascensão social. Na década de 1880, ele recebeu em Wenlock a visita de um aristocrata francês que sonhava em reviver as Olimpíadas – o Barão de Coubertin.

Coubertin pôde ver as Olimpíadas de Wenlock – e, mais que isso, teve a chance de conhecer pessoalmente as idéias de Brookes. Uma delas era mudar de cidade a cada vez. Pouco depois, Coubertin montaria o Comitê Olímpico Internacional. Em 1898, as primeiras Olimpíadas da era moderna foram disputadas na Grécia que fora berço delas.

O visionário Brookes

Brookes tinha morrido alguns anos antes. Ainda hoje, são disputados jogos em Much Wenlock.  O oportuno nome dado ao mascote de Londres 2012 vai tirar da poeira a memória do homem que é, sem exagero, o pai das Olimpíadas Modernas.