De onde vem a rejeição a Lula e Bolsonaro. Por Alberto C. Almeida

Atualizado em 16 de setembro de 2022 às 13:14
Ex-presidente e candidato Lula (PT) e o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL)
Foto: Antonio Molina, Pedro Ladeira

Por Alberto Carlos Almeida

Dados da última pesquisa Ipec atestam que:
– 50% não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro
– 35% não votariam de jeito nenhum em Lula

86% de quem acha o governo Bolsonaro ruim/péssimo não votaria de jeito nenhum no Presidente. Como o ruim/péssimo é 45% isso resulta em 45*0,86=38,7 pontos percentuais. Ou seja, 39 pontos percentuais dos 50% que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro o fazem porque avaliam o seu governo negativamente.

Por outro lado, 77% de quem acha o governo Bolsonaro ótimo/bom não votaria de jeito nenhum em Lula. Como o ótimo/bom de Bolsonaro é 30% isso resulta em 30*0,77=23,1 pontos percentuais. Portanto, 23 pontos percentuais dos 35% que não votariam de jeito nenhum em Lula o fazem porque avaliam o governo positivamente.

Consequentemente, a rejeição de Bolsonaro só irá diminuir e a rejeição de Lula só irá aumentar se a avaliação do governo Bolsonaro melhorar.

Na mesma pesquisa, Lula tem 53% de votos em segundo turno e Bolsonaro tem 36%. Veja abaixo, não se trata de uma simples coincidência:

Rejeição de Bolsonaro 50% > Lula em segundo turno 53%
Rejeição de Lula 35% > Bolsonaro em segundo turno 36%

Basicamente se trata do mesmo resultado, com sinal trocado, dentro da margem de erro.

Rejeição é a mesma coisa que o voto, apenas o sinal é trocado. Se alguém rejeita um candidato, vota no outro e vice-versa.