Alckmin disse que a culpa é do tamanho do Estado. Como levar isso a sério?
Desprezo justificativas baseadas em tamanho. Por exemplo: já ouvi que o Brasil não pode ter uma sociedade avançada como a Escandinávia porque é grande demais.
Também já ouvi que não conseguiremos ser uma superpotência como a China porque somos pequenos demais.
Tamanho, em si, não justifica fracasso e nem sucesso.
Falo isso porque vi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atribuir a onda de violência no estado a suas dimensões. Com seus 40 milhões de habitantes, São Paulo é uma Argentina, ensina Alckmin.
E daí?
Imaginemos o presidente da França, François Hollande, atribuindo uma eventual crise de crimes no país à dificuldade que é administrar 65 milhões de pessoas.
O diagnóstico para São Paulo é, infelizmente, um pouco mais duro para Alckmin. O estado é mal-administrado, e não é de hoje, bem como a capital. Fazia tempo que não vinha a São Paulo, a cidade, e fiquei impressionado com o que vi.
Uma administração que não consegue cuidar sequer das árvores de uma cidade não merece respeito. Uma chuva relativamente forte derruba árvores e causam caos. Os galhos quebram fios, e trazem escuridão aos paulistanos na região. Os faróis não funcionam, e o trânsito já absurdo fica simplesmente impossível.
Quem administra a cidade? E o governador do estado, que tem feito pela capital? A dupla Alckmin e Kassab passará para a história como uma das piores que os paulistas e paulistanos já enfrentaram. Se tocassem uma empresa, já teriam sido demitidos por inépcia.
Ambos fazem pose de competentes. Veste-se como competentes. Falam como competentes. Mas quando você sai do terreno das aparências não sobra nada.
Alckmin e Kassab seriam bons candidatos a interpretar administradores numa novela. Mas a vida real é bem mais complicada.