Líderes partidários da Câmara Municipal de São Paulo adiaram a decisão sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), para depois do Carnaval.
Além das organizações que atuam na região da Cracolândia, no centro de São Paulo, a CPI tem como alvo o padre Julio Lancellotti. O pároco também tem sido alvo de uma campanha difamatória por parte de conservadores, que o acusam de supostos abusos sexuais.
Rubinho Nunes obteve as assinaturas necessárias para solicitar a instauração da CPI, mas sua abertura ainda precisa ser confirmada pelo plenário.
Durante a reunião do Colégio de Líderes nesta terça-feira (6), o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), disse que considerou as denúncias “gravíssimas” e tomou “todas as providências”. O parlamentar, no entanto, afirmou que tem dúvidas sobre o escopo da CPI.
“CPI ainda tenho alguma dúvida com relação ao escopo dela. Se vamos tratar neste escopo ou em outro. Daí o motivo da minha fala. Precisa de um pouco mais de tempo para examinar junto com a ATM (assessoria técnica da Mesa Diretora da Câmara), que me dirá se esta natureza de denúncia é possível estar neste tipo de denúncia. Ou se faremos ou não novo requerimento”, disse Leite.
A Arquidiocese de São Paulo anunciou na segunda-feira (5) a abertura de uma nova investigação contra o religioso com base em um “suposto novo fato de abuso sexual”.
A “averiguação prévia” visa reunir elementos para uma possível denúncia, segundo a Arquidiocese. Segundo a entidade, é norma da Igreja investigar o caso “na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade”.
Em suas redes sociais, o padre Julio disse que recebeu a notícia com “serenidade e paz de espírito”.
Segundo o religioso, “as imputações surgidas recentemente —assim como aquelas que sobreviveram no passado— são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”. Segundo ele, as acusações têm como objetivo atrapalhar o sentido de seu sacerdócio: “a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”.
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