Fernando Molica faz em seu blog uma análise perturbadora, mas longe de irreal, sobre o bangue bangue que Bolsonaro quer instituir no Brasil.
O decreto sobre armas é ainda pior que o divulgado. Agora, integrantes de várias categorias profissionais terão porte de armas, inclusive políticos eleitos (em tese, todos honestos, equilibrados, incapazes de fazer mal a qualquer pessoa) e jornalistas que trabalham em coberturas policiais.
Com uma canetada, Bolsonaro transformou repórteres em alvo dos bandidos – os caras vão passar a achar que todos nós estamos armados e, que portanto, podemos atirar contra eles, é bem mais provável que eles disparem na nossa direção. Assaltantes terão mais um motivo para abordar caminhoneiros: além de carga a ser roubada, eles, em tese, terão armas que poderão ser arrecadadas.
Se andar armado fosse garantia de manutenção de integridade física, tantos policiais não seriam mortos no país. Mais uma vez, o governo transfere para a sociedade a responsabilidade de cuidar da segurança, um dever do Estado.