Na tarde desta sexta-feira (10), após o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, em Washington, os dois irão divulgar uma declaração conjunta. As informações são de uma fonte brasileira do jornal O Globo.
Na carta, os chefes de Estado deverão enfatizar a defesa da democracia, o combate à desinformação, reformas na governança global, mudanças climáticas e, de maneira sucinta, ao contrário do que gostariam europeus e americanos, uma preocupação com a guerra na Ucrânia.
Lula e Biden se encontrarão na tarde de hoje, às 15h, na Casa Branca, a residência oficial do governo norte-americano. Eles deverão discutir questões como direitos humanos, equidade racial, investimentos, Ucrânia e Venezuela.
Segundo a fonte, Lula não deseja fazer qualquer referência à presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos, para onde ele fugiu desde o dia 30 de dezembro. No entanto, o petista não descarta a possibilidade de o assunto aparecer, espontaneamente, na conversa.
Pelo que se sabe, a decisão de que seja redigida uma declaração conjunta foi conversada primeiramente entre o assessor especial da Presidência da República, o ex-ministro Celso Amorim (PT), e o conselheiro de Segurança Nacional do governo americano, o secretário Jake Sullivan.
Até então, para discutirem o que seria escrito na declaração, o conteúdo foi negociado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, e contém, ampliou a fonte, pautas que são de interesse dos dois países, permitindo que eles possam iniciar um “recomeço” na relação bilateral.
Segundo a fonte, para o governo brasileiro “é muito importante que o encontro seja um recomeço em base a uma grande afinidade e temas de interesse comum, como é a democracia, o combate à extrema direita, e a noção de urgência sobre clima”.
Os dois chefes de Estado conversam “permanentemente” sobre a necessidade de combater a disseminação do que nomearam “mentiras”, em referência à desinformação, uma das maiores inimigas dos tempos modernos que instigam enormes danos à democracia nos países.
Além disso, o que se considera é que o governo brasileiro vê atualmente uma relação com os EUA sem pressões, com respeito mútuo de ambas as partes. “Até com nossos melhores amigos podemos discordar em algumas coisas”, destacou a fonte.
Segundo a jornalista Janaína Figueiredo, do O Globo, o principal objetivo da delegação brasileira, em seus pensamentos, na primeira visita de Lula a Washington, é “enfatizar as concordâncias”.