A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a pedir à Polícia Federal (PF) o acesso ao inquérito das joias recebidas da ditadura da Arábia Saudita pelo governo do ex-capitão, segundo informações do G1.
Na última quarta-feira (15), a PF havia negado o acesso ao inquérito e informado que, “até o momento”, ele não é investigado no caso. “Trata-se de investigação que corre sob sigilo. O interessado não consta como investigado até o momento”, disse o delegado da PF Adalto Machado.
No entanto, a defesa do ex-mandatário usou declaração do ministro da Justiça, Flávio Dino, na última segunda-feira (13), segundo a qual Bolsonaro “será chamado para depor” sobre o caso. O argumento é que, embora não seja formalmente investigado, ele tem sido tratado como tal no escândalo do conjunto de joias sauditas.
“Em algum momento, como investigado, o ex-presidente da República será intimado a prestar depoimento. Caso ele não compareça, nasce uma situação nova em que poderá ou não ter o acionamento dos mecanismos de cooperação internacional”, disse Dino na ocasião.
“É possível concluir o inquérito independentemente de ele ser ouvido ou não. Mas eu espero que ele compareça e seja ouvido pois é um direito dele como investigado”.
A defesa de Bolsonaro, entretanto, destacou que “a despeito de formalmente não constar nos autos como investigado, ao que tudo indica é desta forma que o peticionário vem sendo havido e tratado” pelo ministro da Justiça.
Vale destacar que esse inquérito apura a tentativa do governo do ex-capitão de entrar ilegalmente no Brasil com as joias sauditas, apreendidas pela Receita Federal. O conjunto de joias é avaliado em R$ 16,5 milhões.