Delação de Cid pode implicar Bolsonaro em crimes graves e cana longa

Atualizado em 17 de setembro de 2023 às 17:53
Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O ex-presidente da república Jair Bolsonaro pode ser indiciado por diversos crimes no inquérito que investiga seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. A ação pode ocorrer a partir das informações que Cid revelar em sua delação premiada. O tenente-coronel firmou um acordo com a Polícia Federal em troca de sua soltura. Cid estava preso desde Maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.

Para que Bolsonaro seja enquadrado em algum crime, é necessário uma denúncia feita pelo Ministério Publico e seu recebimento pelo Judiciário. Caso ocorra, ele e Cid viram réus. O inquérito que investiga o tenente-coronel Cid reúne episódios de fraudes em carteiras de vacinação, supostas vendas de joias recebidas por autoridades sauditas e troca de mensagens de caráter golpista.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Sérgio Lima

No episódio das joias sauditas, Bolsonaro poderia ser enquadrado nos crimes de lavagem de dinheiro e peculato. Cid havia comentado que recebeu autorização do ex-presidente para a venda das joias, mas alterou a versão em seguida. Bolsonaro afirma que o ex-ajudante de ordens possuía autonomia em seu cargo e que não ordenou as vendas. Para ser enquadrado em algum dos crimes, precisaria ser confirmada a ordem ou participação de Bolsonaro nas vendas das joias. A pena para os crime pode chegar a 12 anos de prisão.

No caso das falsificações de carteira de vacinação, os crimes que poderiam enquadrar o ex-presidente são o de falsidade ideológica, uso de documentos falsos e inclusão de informações falsas em sistemas públicos. Cid foi preso por suspeita de envolvimento em fraude nas carteiras de vacinação da filha mais nova de Bolsonaro, de sua esposa Gabriela Cid e do ex-presidente, além da própria carteira. A condenação por esses crimes, contudo, parece pouco provável.

Já no caso das milícias digitais, Bolsonaro poderia ser indiciado por associação criminosa e tentativa de golpe do Estado. As informações do celular de Cid revelaram trocas de mensagem com teor golpista. A Justiça investiga uma suposta participação de Bolsonaro e Cid na incitação dos atos de vandalismo de 8 de janeiro.

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