Apesar de ter dito em sua delação premiada que não sabe quem encomendou o crime, o ex-policial militar Élcio Queiroz, réu por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, é considerado testemunha-chave para desvendar não só o mandante como também o motivo do crime.
Élcio deu uma série de informações sobre com quem o atirador, o também ex-PM Ronnie Lessa, se reuniu, conversou e fez negócios no período em que estava planejando o homicídio. Esses dados estão sendo checados e cruzados com outros já disponíveis. As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
De acordo com Élcio tanto Lessa quanto o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa, o Suel, também preso por envolvimento no assassinato, passaram a exibir boas condições financeiras depois do crime. Ele mesmo teria recebido uma ajuda financeira de R$ 5 mil mensais do ex-bombeiro durante meses, depois da prisão.
O ex-PM também detalhou como funcionavam os negócios da milícia que Lessa e Suel mantinham na região de Rocha Miranda, na zona norte do Rio.
Na transcrição do depoimento do delator fica evidente que a PF estava buscando informações específicas sobre promessas de negócios feitas a Lessa e Suel e sobre pessoas ligadas à milícia de Rocha Miranda. Integrantes do grupo do bicheiro Cesar Andrade também são mencionados no relato.
Élcio confessou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Ronnie Lessa de fato fez os disparos com uma submetralhadora contra Marielle. A vereadora e seu motorista foram executados no dia 14 de março de 2018, por volta das 21h30, no Estácio, no Rio de Janeiro.