A operação “Spoofing”, que prendeu quatro os quatro “hackers” de Araraquara, foi comandada pelo delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha.
Segundo a corporação em nota oficial, spoofing significa “falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é”.
Sim, a intenção de criminalizar o Intercept estava na gênese da coisa.
Especializado em crimes contra o sistema financeiro, Zampronha atuou no mensalão entre 2005 e 2011.
Tem 45 anos. Colaborou com a Lava Jato.
Chefiou a equipe de policiais que fez buscas no gabinete de Rodrigo Rocha Loures na Câmara dos Deputados.
Em 2012, o então diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, por meio da corregedoria, determinou a instauração de inquérito administrativo disciplinar contra Zampronha.
Ele havia dado entrevistas em defesa de Geiza Dias, suspeita de lavagem de dinheiro e funcionária da agência de publicidade de Marcos Valério.
“Veja como as coisas são bizarras em nosso país. Um delegado vai à imprensa e diz que fulano não deveria ter sido denunciado. Isso é um absurdo”, falou Barbosa durante uma sessão.
“Em qualquer país decentemente organizado um delegado desses estaria, no mínimo, suspenso”.
Ganhou suspensão de dois dias.
Por ter buscado medidas para conter os vazamentos da Lava Jato, o então ministro da Justiça Eugênio Aragão virou alvo de uma representação assinada por Zampronha e a colega Erika Mialik Marena, a do caso do reitor Cancellier.
Aragão disse ao repórter Marcelo Auler — que foi censurado por Érika –, que delegados iam aos EUA, pegavam provas que os interessavam, carimbavam no consulado e as traziam, ignorando os procedimentos legais para o compartilhamento.