A defesa do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco, solicitou à Polícia Federal para prestar depoimento. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacando a demora na tomada dos depoimentos, conforme determinado judicialmente após as prisões.
Os advogados Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane, representantes de Barbosa, assinaram a petição. Além do depoimento do delegado, solicitaram que sua esposa, Erika Andrade de Almeida Araújo, também seja ouvida pela PF e que as medidas cautelares contra ela sejam revogadas.
“Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne de: (…) determinar a Autoridade Policial que proceda a imediata tomada dos depoimentos de Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e Érika Andrade de Almeida Araújo, em cumprimento à decisão proferida por Vossa Excelência há mais de 30 (trinta) dias”, diz um trecho da petição enviada pela defesa de Barbosa.
No documento, os advogados também alegam que “após a manifestação da Procuradoria-Geral da República, deferir a revogação das medidas cautelares impostas a Érika Andrade de Almeida Araújo”.
Preso desde 24 de Março, Rivaldo Barbosa é acusado de participar do planejamento do crime que vitimou Marielle Franco e Anderson Gomes, atrapalhando as investigações. Além dele, os irmãos Domingos e Chiquinhos Brazão foram detidos na mesma data.
Nomeado um dia antes dos assassinatos, ele foi apontado em relatório da Polícia Federal, em 2019, como suspeito de receber propina para obstruir as investigações. Barbosa negou as acusações, mas a delação do ex-PM Ronnie Lessa aponta sua participação na garantia da impunidade do crime.
Ele também é o delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que foi associado pela PF a um suposto recebimento de R$ 400 mil em propinas para impedir avanços na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson.
Rivaldo foi citado numa troca de mensagens entre o vereador Marcello Sicilliano e o miliciano Jorge Alberto Moreth, durante a qual é dito que o delegado recebeu dinheiro de suborno. A conversa telefônica ocorreu em fevereiro de 2019 e o arquivo foi encontrado no celular de Sicilliano por agentes federais.