Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, morre aos 96 anos em SP

Atualizado em 12 de agosto de 2024 às 8:01
O ex-ministro da Fazenda Delfim Neto- Foto: Reprodução

Na madrugada desta segunda-feira (12), Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, morreu aos 96 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 5 de agosto devido a complicações em seu estado de saúde.

O ex-ministro deixa uma filha e um neto. De acordo com a família, não haverá velório aberto ao público. O enterro será reservado apenas para parentes próximos.

Delfim Netto foi um nome marcante na economia brasileira, tendo servido como ministro da Fazenda de 1967 a 1974, durante a ditadura militar. Ele também foi ministro do Planejamento entre 1979 e 1985 e da Agricultura em 1979, além de embaixador do Brasil na França entre 1975 e 1977.

O ex-ministro Delfim Neto durante entrevista – Foto: Paulo Whitaker

Após a redemocratização do Brasil, Delfim Netto manteve sua influência nos campos econômico e político, sendo frequentemente consultado sobre questões financeiras. Ele foi fundamental na gestão da economia brasileira durante a crise global dos anos 1980, caracterizada pelo choque dos preços do petróleo e a alta dos juros nos Estados Unidos.

Em 1986, o ex-ministro candidatou-se a deputado federal, permanecendo ativo na política brasileira por anos. Além disso, ele fez uma importante doação à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) em 2014, entregando sua vasta biblioteca pessoal de mais de 100 mil títulos.

Delfim Netto era um autor prolífico, com mais de 10 livros publicados e centenas de artigos e estudos focados na economia brasileira. Ele também contribuía regularmente com artigos para a Folha de S.Paulo, Valor Econômico e a revista Carta Capital, além de cerca de 70 outros periódicos pelo país.

Na década passada, ainda, durante o governo do PT, Delfim Netto acabaria se transformando num conselheiro frequente do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seus dois mandatos. Manteria essa condição até pouco antes do naufrágio da gestão da sucessora de Lula, Dilma Rousseff.

“O Lula é um diamante bruto. É um gênio. As pessoas que subestimam o Lula são idiotas. Ele realmente tem uma grande capacidade, não só de se comunicar, que é visível, mas de organizar as coisas. Ele fez um bom governo”, disse Delfim ao Globo em 2015.

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