Golbery do Couto e Silva, general articulador do golpe de 1964, se referia com arrependimento ao Serviço Nacional de Informações, o SNI, que idealizou e comandou: “Criei um monstro”.
O golpe, o antipetismo e a louvação insensata à Lava Jato criaram outros monstrengos no Ministério Público Federal.
Por mais indigente e desprezível que seja Michel Temer, não faz sentido procuradores passarem a mão na bunda do presidente da República de maneira tão descarada.
Para variar, Carlos Fernando dos Santos Lima e Deltan Dallagnol, da Lava Jato, são os responsáveis pelo show de molecagem, demagogia e desrespeito.
Lima passou os últimos dois dias no Facebook criticando o indulto de Natal de Temer, “uma afronta à (sic) todos que lutam por um país melhor. Milhares de criminosos na rua”.
“Dupla dinâmica. O que Gilmar faz com as prisões preventivas, Temer faz com as prisões definitivas”, escreveu. “O Governo Temer joga a segurança pública e o combate à corrupção no lixo”.
Dallagnol, mini me de Lima, foi mais longe, afirmando que Temer “resolve o problema do corrupto. Em um quinto da pena, está perdoado. Melhor do que qualquer acordo da Lava Jato!!! Liquidação!!”
“Opa, tem um réu querendo colaborar com a Justiça? Bom, considerando que ele tem um desconto de 80% de pena do indulto e o risco de ser solto e o processo demorar décadas, de o caso prescrever ou ser anulado, será que o réu aceita colaborar se dermos um desconto de 97% da pena?”, questiona.
Finaliza histérico: “Se Marcelo Odebrecht tivesse visto esse indulto de Natal do presidente Temer, não teria feito acordo! Perdão de quatro quintos da pena! Continua aberta a temporada da corrupção. Fraudem licitações. Desviem da saúde, educação e segurança! Venham, roubem, levem embora!! Essa é a mensagem”.
DD não fala nada sobre Tacla Durán, Zucolotto ou do papel da Globo no escândalo da Fifa. Já Michel Temer, que ele ajudou a colocar naquele lugar, é alvo fácil para o valente irmão em Cristo.
O comandante do Exército Eduardo Villas Bôas retirou o general Mourão do posto de secretário de Economia e Finanças da instituição depois que ele se manifestou sobre intervenção militar pela segunda vez em dois meses.
A PGR, no entanto, é a casa da Mãe Joana. Raquel Dodge — e antes dela Rodrigo Janot — deixa funcionários públicos livres para barbarizar e fazer o que quiserem. Talvez porque tenham o rabo preso. Nenhuma democracia séria sobrevive a isso — mas quem disse que somos uma coisa ou outra?