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Por Moisés Mendes
Alguns jornalistas e políticos morderam a isca de Bolsonaro. Espalharam que o sujeito demitiu Osmar Terra do Ministério da Cidadania por suspeita de envolvimento com uma empresa investigada por fraudes milionárias, a Business to Technology, a tal B2T.
A Polícia Federal de Sergio Moro investiga há muito tempo a B2T como organização de fachada acusada de fornecer serviços de tecnologia de informática ao Ministério do Trabalho no governo Temer. Já pediram o bloqueio de cerca de R$ 76 milhões nas contas dos investigados.
E Terra contrata logo a mesma empresa para prestar serviços ao Ministério da Cidadania. Mas será que Bolsonaro, atormentado pela possibilidade de vingança dos milicianos pela morte de Adriano da Nóbrega, estaria preocupado com suspeitas de corrupção?
Qual foi o outro gesto de Bolsonaro para punir possíveis corruptos, quando se sabe que muitos envolvidos em rolos (inclusive os chefes dos laranjas do PSL) são protegidos dentro do governo?
O que Bolsonaro fez foi reacomodar Onyx Lorenzoni e acolher mais um general, mandando embora o ministro mais medíocre do governo. Damares, Araujo, Salles e outros menos votados são de outra categoria, não há como avaliar nenhum deles por critérios de competência.
Com a história de que demitiu Terra por questões “morais”, Bolsonaro tenta se grudar a Sergio Moro, para que o ex-juiz não fique se exibindo sozinho como caçador de corruptos.
Quem imagina que Bolsonaro, o amigo de Adriano e vizinho de Ronnie Lessa, possa de uma hora para outra virar caçador de corruptos?