Demissão do ministro da Defesa mostra por que, no Uruguai, é diferente. Por Moisés Mendes

Atualizado em 2 de abril de 2019 às 7:20
Tabaré Vásquez e o e-ministro

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO AUTOR.

O Uruguai tem o que não temos hoje, um presidente civil com poder para fazer valer a Constituição e enquadrar os militares.
O presidente Tabaré Vázquez mandou embora hoje o ministro da Defesa, Jorge Menéndez, o subsecretário da pasta, Daniel Montiel, e o chefe do Exército, José González (na foto com Tabaré), que havia sido nomeado recentemente.
A acusação é de que todos (além de outros dois generais) teriam se omitido quando um militar confessou ter atirado o corpo de um “subversivo” no Rio Negro, durante a ditadura de 1973 a 1985.
O delator José Gavazzo havia dito a um tribunal militar que oficiais das Forças Armadas assassinaram o militante tupamaro Roberto Gomensoro.
Gavazzo admitiu que jogou o corpo no rio. Mas ele é acusado por outro delator de ter torturado o tupamaro até a morte.
A confissão de Gavazzo ocorreu no ano passado, e todos os generais ficaram quietos.
Tabaré decidiu que todos deveriam ser demitidos sumariamente, até que a justiça militar se manifeste sobre o silêncio cúmplice que favoreceu torturadores.
O que teria acontecido no Brasil?