Publicado originalmente no GGN
POR LUIS NASSIF, jornalista
Percebe-se a consolidação do clima de fascismo no país quando há uma naturalização dos piores instrumentos policialescos, como a deduragem.
É o caso da funcionária da Petrobras Regina de Luca. Ela era gerente de Inteligência e Segurança. Foi convidada para o cargo por Pedro Parente.
Este ano, estrelou um comercial da Petrobras, no qual a companhia narrava seus esforços para extirpar a corrupção que se instalara nela.
A participação de Regina foi alvo de uma reportagem da Folha de S. Paulo, com o sentido explícito de delação. A única justificativa para a matéria era o cargo que ela havia ocupado no governo Dilma. Funcionária de carreira, antes disso havia sido Secretária de Segurança Pública do Ministério da Justiça no governo Dilma Rousseff. Era um cargo eminentemente técnico, sem nenhuma vinculação política. E Secretária de Segurança Pública não é cargo de assessoria da Presidência. O título já denotava a má fé da reportagem.
No pé da matéria a ressalva hipócrita que, por si, justificaria a não publicação da matéria.
A Petrobras diz que, na peça, a casa a que Regina se refere é a própria companhia, e não qualquer partido, e que ela passou por todas as exigências da empresa, como investigação interna que não identificou nenhuma circunstância que a desabonasse.
Ou seja, não havia nenhuma justificativa para a reportagem, a não ser expor uma funcionária pública exemplar. E a reportagem foi publicada no dia 10 de novembro de 2018, quando já se desenhava a caça às bruxas,
Qual a consequência da reportagem na vida da pessoa? A consequência óbvia: