Com a aposentadoria de Anna Arraes, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), marcada para 22 de julho, a investigação sobre as acusações de assédio na Caixa Econômica Federal pode ser julgada apenas por homens.
Quatro deputados são candidatos para a vaga, incluindo uma mulher, mas Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, tem indicado que pode deixar a votação para a ocupação do cargo para depois das eleições. O deputado mais cotado para a vaga é Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), que tem o apoio de Lira, mas Hugo Leal (PSD-RJ), Fábio Ramalho (MDB-MG) e Soraya Santos (PL-RJ) correm por fora.
Vale destacar que, até hoje, o TCU teve apenas duas ministras em sua composição: Ana Arraes e Élvia Castelo Branco. À Folha de S. Paulo, a advogada especialista em Direito Público Maria Augusta Rost, que tem atuação no tribunal, ressaltou que a democracia demanda pluralidade em todas as estruturas de Estado e que a diversidade nos espaços de poder e de fala são, portanto, garantias constitucionais.
“Diante de sua relevância institucional, certamente, o Tribunal de Contas da União influenciará nas indicações para assegurar à ministra Ana Arraes a honra de repassar o cargo a outra mulher. Essa é a nossa esperança”, disse.
A investigação do TCU contra a Caixa foi aberta depois que o Portal Metrópoles ouviu funcionárias da instituição financeira, que relataram terem sofrido assédio sexual por parte do então presidente do banco, Pedro Guimarães.
As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.
Um dia após as denúncias serem reveladas Pedro Guimarães pediu demissão do cargo e sua saída foi confirmada por meio de uma carta aberta publicada em suas redes sociais. Daniella Guimarães assumiu o posto.
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