Deputadas de MG voltam a ser ameaçadas após colega bolsonarista questionar escolta policial

Atualizado em 25 de outubro de 2023 às 23:36
Deputadas Lohanna França, Beatriz Cerqueira e Bella Gonçalves. Foto: Reprodução

Três deputadas estaduais de Minas Gerais foram alvos de ameaças de estupro e de morte nesta quarta-feira (25). Lohanna França (PV), Bella Gonçalvez (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) têm sido alvo de intimidação pelas redes sociais e e-mails funcionais há pelo menos dois meses.

As ameaças voltaram após o deputado Cristiano Caporezzo (PL), colega das parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), divulgar nesta quarta um vídeo questionando a necessidade de uso de escolta policial pelas deputadas e expor imagens de Bella em um compromisso pessoal.

“Está aqui no Código Penal Brasileiro: ameaçar alguém, artigo 147, pena de detenção de 1 a 6 meses ou multa. Ou seja, a pessoa sequer vai presa. Então, porque a psolista tem direito a uma escolta? Já fui ameaçado de morte diversas vezes e eu não tenho escolta armada. Sou contra isso daí. Para encher a cara em buteco, está errado”, disse o deputado.

Bella Gonçalves afirmou que Caporezzo foi até a Comissão de Direitos Humanos da Casa nesta tarde, após a suspensão da sessão, para “intimidá-las”.

“O vídeo do Caporezzo é violência política contra a mulher. Tanto que foi repudiado por todos os líderes da Assembleia Legislativa. Não só é violência política contra a mulher, como recebemos uma outra ameaça de morte agora de tarde”, disse a deputada ao Estadão. “Ele veio aqui, [para] invadir e tumultuar a Comissão de Direitos Humanos em que a gente estava repudiando a ação que ele teve enquanto parlamentar, colocou o telefone na minha cara e na da deputada Beatriz Cerqueira, provocando tumulto na Casa. Não vamos tolerar esse tipo de violência política”, contou.

No fim de setembro, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e as policiais Civil e Militar chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão contra suspeitos de ameaçar as deputadas.  Batizada de Operação Di@na, a investigação teve início após as parlamentares receberem as primeiras ameaças nos e-mails da ALMG.

Em uma das mensagens enviadas para Lohanna por e-mail, o autor disse que a parlamentar “promove a degeneração e a irresponsabilidade feminina”. Ele afirmou ter o endereço da deputada e de seus parentes, ameaçando estuprá-la e depois matá-la.

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