Após três eventos climáticos extremos em 2023 resultarem em 80 mortes e inundações em várias cidades do Rio Grande do Sul, os parlamentares federais do estado não direcionaram emendas para a prevenção de desastres em 2024. Uma análise da jornalista Juliana Dal Piva em sua coluna o ICL Notícias revela que apenas quatro repasses, totalizando R$ 2,5 milhões, foram destinados a essa finalidade.
Os deputados federais e senadores gaúchos destinaram quase R$ 1,6 bilhão em emendas individuais e de bancada para o estado em 2024, com um total de 408 aportes.
Esses recursos poderiam ser empregados em projetos para mitigar tragédias semelhantes às ocorridas recentemente, que resultaram em 56 mortes e 67 pessoas desaparecidas devido às chuvas que afetaram mais da metade dos municípios gaúchos.
Apenas três deputadas enviaram recursos para lidar com a situação: Fernanda Melchionna (PSOL-RS) destinou R$ 1,7 milhão para a elaboração de projetos de prevenção à erosão costeira e gestão socioambiental.
Maria do Rosário (PT-RS) e Reginete Bispo (PT-RS) disponibilizaram, respectivamente, R$ 500 mil e R$ 300 mil para ações de educação ambiental. Os dados foram obtidos do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento da União (Siop).
Apesar do alto volume de recursos direcionados para o estado, principalmente para a saúde e transferências diretas às prefeituras, a prevenção de desastres recebeu pouca atenção. Obras de pavimentação de estradas e projetos de infraestrutura turística foram priorizados em detrimento das questões climáticas.