A Assembleia Legislativa de São Paulo abrigará no dia 10 de dezembro, às 18h, um “ato solene em memória do Presidente Augusto P. Ugarte”.
O P. é de Pinochet.
Sim, ele mesmo. O ditador chileno, cujo currículo inclui 80 000 pessoas presas, 30 000 torturadas e mais de três mil assassinadas, será homenageado na casa.
O autor do projeto é um bolsonarista chamado Frederico d’Ávila, do PSL.
No site da Alesp, ele aparece como “produtor rural no sudoeste paulista, conselheiro e diretor da Sociedade Rural Brasileira e vice-presidente da Aprosoja/Nacional.”
“Outro destaque apresentado por Frederico é o PL 92/2019, que institui o Programa Cívico-Militar no ensino fundamental e médio da rede pública e privada”, lê-se.
Um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro para o agronegócio, Frederico foi visto com vida pela última vez no ano passado, quando traiu Alckmin, de quem era assessor, e virou notícia.
“Eu voto em Jair Bolsonaro para presidente da República”, disse à Folha.
“Ele é a melhor pessoa para comandar um país à beira da falência econômica, política e moral. Um governo Bolsonaro coloca o Brasil nos eixos”.
Deu no que deu.
Esteve no infame Roda Viva com Manuela D’Ávila fazendo-lhe questionamentos confusos e agressivos em torno da ladainha terraplanista de que o fascismo é “de esquerda” etc etc.
A direção da TV Cultura teve que se desculpar pelo imbecil.
Frederico tentou o Senado e a Câmara Federal, mas acabou enterrado como deputado estadual.
Vai saudar Pinochet porque, em primeiro lugar, quer agradar Bolsonaro e seu gado.
Em segundo, porque é um consumado idiota.
Bater palma para general que autorizou rede de pedofilia e ficou milionário com tráfico de drogas é parte do novo normal nacional.