Deputado e subordinado de Pazuello receberam pacotes de investigado em esquema de desvio do MEC

Atualizado em 6 de junho de 2023 às 19:58
Deputado recebe pacote com dinheiro de investigado pela PF em esquema de desvio de recursos do MEC. Foto: Reprodução/Metrópoles

O “homem da mala” do esquema de desvio de recursos do Ministério da Educação (MEC) tinha uma rotina de entrega de pacotes que inclui visitas a Laurício Monteiro Cruz, diretor de Imunização da gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, e ao deputado Gilvan Máximo (Republicanos-DF). A Polícia Federal fez a descoberta em investigação, mas não detalhou o envolvimento dos citados no caso. A informação é do Metrópoles.

Agentes monitoravam os investigados na suposta venda superfaturada de material de robótica para escolas de Alagoas, caso que envolve o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e montaram um cerco para fazer imagens dos saques de dinheiro e da entrega de valores do esquema.

A descoberta dos novos envolvidos ocorreu no fim do ano passado, dois dias após o Natal. A PF seguia o casal Pedro e Juliana Salomão, presos por participação no esquema, quando flagraram as entregas dos pacotes a Máximo e a Monteiro Cruz.

Na ocasião, Pedro foi a uma agência da Caixa na Asa Sul de Brasília com uma bolsa azul. Ele ficou por cerca de 15 minutos e faz um saque de “grande quantidade de dinheiro”, segundo a PF. Na sequência, ele foi até uma churrascaria nas proximidades da Vila Planalto e encontrou Laurício Monteiro Cruz, então diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Logo depois, Laurício foi até o carro de Pedro e recebeu “um objeto”, deixando-o dentro do veículo. Em seguida, entrou na churrascaria para almoçar.

Investigado entrega pacote ao ex-diretor do Ministério da Saúde em uma churrascaria próxima à Esplanada. Foto: Reprodução/Metrópoles

Cerca de um mês antes de registrar o encontro, os policiais flagraram outra entrega feita pelos investigados. Em 22 de novembro de 2022, o deputado Gilvan Máximo recebeu o valor. Na ocasião, Juliana saiu de casa e foi para uma agência bancária, mas não saiu do carro. Ela fez uma ligação telefônica e partiu para Águas Claras (DF).

Pouco depois, foi ao Basic Lounge, bar que adquiriu no ano passado, e seguiu para uma agência do Itaú em Taguatinga, onde encontrou o marido. Pedro ficou na fila de atendimento do banco segurando uma “bolsa vermelha”, segundo os policiais.

Mais tarde, ela foi a uma churrascaria no lago Sul e cumprimentou Gilvan, sentando em uma na frente dele. Ele então aponta para um carro no estacionamento e Pedro “retira algo de dentro de sua bolsa vermelha”, colocando no porta-malas do veículo indicado. Na sequência, o parlamentar entrou no veículo e deixou o local.

O deputado confirmou que recebeu o pacote e que ele continha dinheiro, mas alegou que o valor seria o pagamento de dois relógios Rolex que ele havia vendido.

“Quando estive à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF nunca firmei contratos para aquisição de kits de robótica. Vendi dois relógios, de minha propriedade, a Pedro Magno. Mas não tenho ideia por que ele decidiu fazer os pagamentos em dinheiro. Na época dos fatos, também não tinha nenhuma razão para desconfiar da idoneidade do comprador. Espero que ele prove a sua inocência ao final da investigação aberta contra ele”, alega.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link