Deputado italiano discursa no Parlamento contra fuga de Bolsonaro para a Itália

O mundo civilizado quer distância do ex-mandatário brasileiro

Atualizado em 10 de janeiro de 2023 às 16:04
O deputado Bonelli alertou as autoridades italianas para a possibilidade de Bolsonaro usar o país como plano B caso seja expulso dos EUA

Em discurso na Câmara dos Deputados da Itália, Angelo Bonelli, líder do Partido Verde, alertou as autoridades para os riscos de Bolsonaro usar o país como plano B caso venha a ser expulso dos Estados Unidos. 

Ao condenar os ataques de bolsonaristas às sedes do três poderes – Congresso, Palácio do Planalto e STF – neste domingo, 8, o parlamentar expressou solidariedade às instituições democráticas, ao povo brasileiro e ao presidente, “democraticamente eleito”, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Os apoiadores de Bolsonaro tentaram um golpe e condenamos o ocorrido”, discursou Angelo Bonelli.

“Quero informar que os filhos de Bolsonaro, Eduardo e Flavio, solicitaram a cidadania italiana e parece que Jair Bolsonaro também. Espero que o governo italiano informe o parlamento e rejeite o pedido de cidadania da família Bolsonaro. A Itália não pode apoiar aqueles que são contra a democracia”.

Nos Estados Unidos, onde se encontra desde o dia 30 de dezembro, dois dias antes do seu mandato terminar, cresce a pressão para que Bolsonaro deixe o país.

Congressistas estão pressionando a Casa Branca e Joe Biden já sinalizou incômodo com sua presença em Orlando, Estado da Flórida.

“Canadá, México e Estados Unidos condenam os ataques de 8 de janeiro à democracia brasileira e à transferência pacífica de poder”, disse o mandatário americano em comunicado conjunto com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

A legislação no país, conforme dito pelo Departamento de Estado Americano, determina que o visto para diplomatas e chefes de Estados só é válido enquanto a pessoa exerce o cargo.

Do contrário, deve deixar os EUA em até 30 dias ou solicitar uma mudança de status de imigração – Bolsonaro portanto tem mais 20 dias para resolver a situação ou vazar.

Nesta segunda, 9, ele deu entrevista afirmando que, em função da facada, pode acabar retornando ao Brasil. Passou por um hospital em Orlando e a ex-primeira dama, Michelle, chegou a pedir orações pela saúde do marido.

A preocupação dos italianos se justifica pelas reiteradas mentiras praticadas pelo ex-mandatário brasileiro que no início do ano passado causou rebu no país ao passar para receber o título de cidadão honorário de Anguillara Veneta, pequena cidade localizada na região norte ao lado de Pádua.

Caso esteja blefando sobre o retorno ao Brasil e seja mesmo expulso dos Estados Unidos e declarado não grato na Itália, Bolsonaro pode buscar apoio em um dos países do Mundo árabe.

O ex-presidente afirma que tem medo de ser preso pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em função dos inúmeros crimes que cometeu dentro e fora do governo.

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