Parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão questionando abertamente seus colegas do PL após a oposição enfrentar uma significativa derrota no plenário da Câmara, na noite desta quarta (6).
Em uma votação nominal, foi rejeitado um pedido de urgência para votação de um projeto que revoga o decreto do governo Lula com restrições para posse e porte de armas de fogo.
A indignação dos bolsonaristas decorre do fato de que o pedido de urgência não foi aprovado por apenas três votos, precisando de 257 votos, mas obtendo apenas 254.
Isso ocorreu devido à ausência de parte da bancada do PL na votação e até mesmo votos contrários ao pedido de urgência de alguns deputados da legenda, assim como defende o governo Lula.
Deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Delegado Ramagem (PL-RJ), aliados de Bolsonaro, expressaram sua frustração nas redes sociais, criticando seus colegas.
“Erramos em não identificar aqueles que apenas se beneficiam do movimento da direita. Surgirão muitos falsos e enganarão a muitos”, escreveu Ramagem em uma publicação.
Segundo cálculos de parlamentares bolsonaristas, pelo menos 10 deputados federais do PL teriam faltado à votação ou votado contra o pedido de urgência na quarta-feira.
“Perder por 3 votos, uma urgência de um tema caríssimo pro Brasil é revoltante. Ainda mais quando poderia ter sido evitado com votos da oposição – ou ‘oposição’. Inacreditável a falta de comprometimento de alguns deputados”, relatou Nikolas.
Analisando o placar da Câmara, é possível identificar alguns membros do PL próximos ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, na lista dos que se ausentaram ou votaram contra. Entre eles estão os deputados Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) e João Bacelar (PL-BA), que votaram contra a urgência, e Wellington Roberto (PL-PB), que se ausentou da votação.