O Rio Grande do Sul enfrentou nesta semana uma tragédia causada por chuvas intensas, resultando em pelo menos 66 mortos, 101 desaparecidos e mais de 15 mil pessoas em abrigos. Além das vítimas, os desastres naturais têm um impacto econômico significativo. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estimou que os desastres naturais custaram ao Brasil mais de R$ 105 bilhões em 2023.
Os prejuízos causados por desastres naturais no Brasil abrangem diversas áreas. Dos R$ 105 bilhões totais, R$ 72,6 bilhões foram prejuízos do setor privado, enquanto R$ 23,8 bilhões foram prejuízos públicos. Desastres naturais como secas e chuvas representam mais de 50% desses custos. Só no Rio Grande do Sul, os estragos já causaram danos de R$ 275,3 milhões, além da destruição de infraestrutura e residências, interrompendo serviços vitais como energia elétrica e abastecimento de água potável.
Setor mais afetado
O setor agrícola é um dos mais afetados, com prejuízos de R$ 53,6 bilhões em 2023. A agricultura sofreu danos com chuvas intensas, enquanto a pecuária teve perdas de R$ 15,3 bilhões. A tragédia no Rio Grande do Sul também causou estragos em estradas e estações de tratamento de água, afetando ainda mais a economia local. As chuvas extremas resultaram em 421 mil interrupções no abastecimento de energia elétrica e danificaram 250 escolas estaduais.
Centenas de bois e vacas sendo carregados pela enchente no Rio Grande do Sul hoje.
Vídeo gravado próximo a ponte do Rio Ibiqui. pic.twitter.com/GSikc9XM1V
— Paulo Filippus (@paulofilippus) May 2, 2024
El Niño
O aumento de eventos climáticos extremos pode ser atribuído ao fenômeno El Niño e ao aquecimento global. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, as médias anuais de temperaturas no Brasil devem subir acima da média global, intensificando precipitações e estiagens.
Pesquisadores como Paulo Artaxo, do IPCC, sugerem que é necessário se adaptar ao novo clima para evitar tragédias maiores. Ele diz: “Se não, vamos ficar apagando incêndio aqui, socorrendo enchente em outro lado, deslizamento de terra em Paraty hoje, amanhã em São Sebastião. Até quando vamos ficar correndo atrás do prejuízo?”
Aumento de chuvas
Em cidades como Porto Alegre, Belém e São Paulo, o número de dias de chuva extrema aumentou desde os anos 1960. Na capital gaúcha, por exemplo, o número de dias de chuva extrema subiu de 29 para 66. Essas mudanças climáticas resultam em um desafio crescente para as cidades e as comunidades. Segundo Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “a adaptação vai ter que levar isso em conta”. Ele destaca que as prefeituras de cidades pequenas e médias precisam de apoio para implementar sistemas de alerta e prevenção de desastres.
A CNM revelou que 60% dos municípios brasileiros não possuem sistemas de alerta móvel ou fixo para desastres. No caso do Rio Grande do Sul, outras 33,7% das prefeituras usam meios digitais para comunicação de alertas. A confederação também destaca a importância de obras de contenção, monitoramento e evacuação para reduzir os impactos de eventos extremos.
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