O desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal), que concedeu nesta quinta-feira (23) a liberdade ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso ontem pela Polícia Federal, é o favorito do presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir uma das vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Apesar de o pedido de habeas corpus da defesa de Ribeiro ter sido negado pelo desembargador federal Morais da Rocha, Ney Bello decidiu soltar o ex-titular do MEC, alvo de um operação que investiga seu protagonismo na liberação de verbas da pasta que ele comandou por menos de dois anos, com lobby de pastores evangélicos.
Bello, que tem a simpatia de Bolsonaro, foi um dos primeiros colocados em uma lista com quatro desembargadores para preencher duas vagas foi eleita no dia 11 de maio. Além dele, os candidatos que tiveram melhor votação foram Messod Azulay, Paulo Sérgio Domingues e Fernando Quadros da Silva.
O desembargador já tomou outras decisões favoráveis aos interesses do Palácio do Planalto. Em 2020, ele negou o afastamento de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente, ignorando as acusações contra o gestor envolvendo o desmonte de políticas ambientais.
Em janeiro deste ano, o magistrado atendeu ao pedido de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e liberou parte da madeira apreendida pela PF em dezembro de 2020, suspeita de ter origem em desmatamento ilegal.
Segundo apurou a jornalista Malu Gaspar, o presidente já afirmou “gostar muito” de Ney Bello, mas disse que ele “precisa se resolver” com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, também indicado plea gestão bolsonarista.