Desembargador recua e diz ao STF que não mandou prender Tacla Duran “em nenhum momento”

Atualizado em 14 de abril de 2023 às 16:42
O desembargador do TRF-4 Marcelo Malucelli e o advogado Tacla Duran. Foto: Reprodução

Marcelo Malucelli, desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), negou ter determinado a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran. Em ofício enviado à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele diz que decidiu apenas sobre um incidente de suspeição no caso.

“Reitero que em nenhum momento foi decretada por este Relator a prisão do requerente RODRIGO TACLA DURAN”, afirmou o desembargador. Ele diz que um “decreto prisional” é “inexistente na decisão”.

Marcelo Malucelli diz que não pediu a prisão de Tacla Duran “em nenhum momento”. Foto: Reprodução

Em nota, o TRF-4 afirmou que Malucelli apenas revogou decisão anterior que contrariava determinação do STF. “A decisão tomada na Correição parcial, ademais, não decretou qualquer prisão, mesmo porque esta medida sequer foi solicitada ou estava em discussão no referido procedimento”, afirmou o tribunal.

O site do tribunal havia publicado uma notícia com o título “TRF4 restabelece ordem de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran” nesta quinta (13), mas o texto foi retirado do ar.

O magistrado é pai de um sócio de Sergio Moro, acusado de extorsão pelo advogado, e sogro de Julia Wolff, filha do ex-juiz e da deputada Rosângela Moro. Malucelli foi responsável por revogar decisão de Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que suspendeu o mandado de prisão preventiva contra Tacla Duran.

O advogado acusa Moro e Deltan Dallagnol de extorsão. Durante oitiva no último dia 27 com o juiz Appio, ele afirmou que estava sendo alvo de “bullying processual” do Ministério Público Federal.

O depoimento foi interrompido na ocasião, já que a denúncia envolve parlamentares com prerrogativa de foro. O juiz justificou que o encerramento se deu “para evitar futuro impedimento”.

Em sua despedida do STF na última terça (11), o ex-ministro Ricardo Lewandowski determinou que a acusação de Tacla Duran deveria ser analisada exclusivamente pela Corte.

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