Desemprego em alta mostra um país prostrado. Por Fernando Brito

Atualizado em 29 de março de 2019 às 13:43

Publicado originalmente no Tijolaço

Desalento recorde (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

POR FERNANDO BRITO

Os números do desemprego no trimestre encerrado em fevereiro, divulgados hoje pelo IBGE são a triste confirmação que a economia real, aquela que dá trabalho, renda e condições de subsistência às pessoas é outro universo, bem diferente das euforias das bolsas de valores e do mundo azul dos “investidores”.

Aliás, a gente lê que “os mercados” lá foram oscilam com as notícias sobre emprego/desemprego, enquanto aqui isso, como diz a garotada, “nem tchum”.

Depois de uma ligeira (muito ligeira, mesmo) queda no segundo semestre de 2018, voltamos à marca dos 13 milhões de desempregados e – mais alarmante – chegamos a quase 5 milhões de pessoas, em idade laboral, que são classificadas como “desalentadas”, isto é, desistiram de procurar emprego.

É o maior número da série de pesquisas iniciada em 2012 pelo IBGE e o triplo dos que estavam nesta condição no início da crise, em 2014.

Junte-se os que estão “vivendo de bicos”, trabalhando muito menos do que podem e desejam e temos outro recorde: o de 28 milhões de pessoas subocupadas, vidas desperdiçadas por uma economia que não as integra ao trabalho.

São, como você vê no gráfico, um quarto dos brasileiros em condições de trabalhar.

As pessoas que “não vêm ao caso” para os que promovem, há três anos, a destruição deste país.