O desfile de 7 de setembro no Rio foi cancelado após a inteligência militar ter detectado a possibilidade de bolsonaristas radicais tentarem se infiltrar, provocar tumulto e defender a intervenção militar no País. No bicentenário da independência, a tradicional parada militar no centro da capital carioca não vai acontecer, assim como o desfile de armas que Jair Bolsonaro (PL) queria fazer em Copacabana. Em vez disso, o Exército irá realizar um ato sem arquibancada ou desfile de tropas.
Na última quarta-feira (17), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), falou sobre o cancelamento da famosa parada e avisou que não vai haver mudanças no trânsito em Copacabana para a realização do desfile militar. “Como já havia sido veiculado por alguns órgãos de imprensa, deverão acontecer apresentações da Marinha e da Aeronáutica no mar e no espaço aéreo, sem qualquer tipo de interferência nas pistas da Avenida Atlântica. Ao longo dos próximos dias teremos reuniões com as Forças Armadas para a organização de detalhes. Repito: a parada militar não será na (avenida) Pres. Vargas nem em Copacabana. Essa é a solicitação que recebi do Exército Brasileiro”, disse ele, no Twitter.
Fui informado pelo Cmte. Militar do Leste que esse ano não teremos o tradicional desfile militar na Pres Vargas e nem na praia de Copacabana. O ato do Exército vai se dar em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana, sem arquibancada ou desfile. 1/3
— Eduardo Paes (@eduardopaes) August 17, 2022
De acordo com o Estadão, assim como Paes, que já havia dito que não existiriam condições para se realizar uma parada militar em Copacabana, a campanha do presidente também se preocupa com o radicalismo e enxergou com alívio a inviabilização da ideia inicial de Bolsonaro. Eles vão aproveitar para reforçar o discurso de que o atual chefe do governo afastou os radicais que defendem a intervenção militar, passando uma imagem de ordem e de respeito das Forças Armadas.
Para a celebração que acontecerá em Copacabana e que não tem ligação direta com o que Bolsonaro queria, a Marinha enviará embarcações que ficarão a 1 km da praia, assim como outros países convidados, a exemplo de Estados Unidos e Camarões. Essa comemoração já vinha sendo planejada pela Força há três anos, pelos 200 anos da Independência.