Eu iria observar a manifestação contra Bolsonaro na tarde deste domingo na avenida Paulista. Achei importante o fato de um setor da direita se descolar do governo e engrossar as fileiras da oposição. Mas desisti na hora de sair.
Resolvi antes dar uma olhada na cobertura das mobilizações pelo pais. Além de pífias, o tom é “Nem Lula e nem Bolsonaro”. Há cartazes defendendo Sérgio Moro presidente e símbolos monarquistas nas ruas. Kim Katiguiri mentiu sobre uma suposta mudança de orientação.
O MBL defendeu a formação de um amplo palanque contra a extrema-direita. É algo fundamental para se derrotar o Boçal. Mas há limites. Na lógica deles, é como se a frente pelas Diretas Já, em 1984, incorporasse partidários da ditadura e da tortura.
Leia mais:
1 – VÍDEO: Mamãe Falei lamenta que ninguém participou de ato do MBL contra o presidente
2 – “Apesar dos boatos, quero informar que estou muito bem de saúde”, diz Dilma
Continue lendo a análise de Moringoni
O MBL sai fortemente desmoralizado neste final de semana. Não tem nem sombra de sua capacidade de arregimentação da época do golpe contra Dilma, quando remava a favor de uma corrente reacionária em toda a sociedade. Agora, não consegue nem manter promessas de véspera.
Sigo defendendo uma frente ampla contra Bolsonaro e em favor da vacina, do emprego, de comida, de serviços públicos de qualidade e contra o modelo neoliberal que arrebenta o país. Mas ela não pode contemplar os objetivos da escória que arrebenta o país.
Publicado originalmente no perfil do autor no Facebook
Por Gilberto Maringoni