A partir de abril, o Brasil vai ficar sem os dados de desmatamento no Cerrado. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desmobilizou a equipe de pesquisadores que monitoram o bioma por falta de verba. Depois de abril, o projeto será encerrado.
Segundo o Inpe, a verba que era destinada ao monitoramento do Cerrado foi encerrada em 31 de dezembro de 2021 e o órgão não tem investimento para a continuidade do programa. Seriam necessários R$ 2,5 milhões por ano para manter a equipe e o projeto.
De acordo com Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia e demais biomas, são 20 pessoas para manter o projeto. Desde 2017, a equipe faz monitoramento diário e balanços anuais sobre o Cerrado com uso do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) e do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
O balanço mais recente divulgado pelo Inpe, em dezembro, o desmatamento no Cerrado aumentou 7,9% entre agosto de 2020 e julho de 2021, alcançando a marca de 8.531 km². Essa dimensão é cinco vezes a cidade de São Paulo.
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Monitoramento é essencial para a preservação do bioma.
O monitoramento é feito desde 2016 com o financiamento do Forest Investment Program (FIP), que administrado pelo Banco Mundial. A verba de US$ 9 milhões era dividida entre o Inpe, para a pesquisa, e outras duas universidades. Em 31 de dezembro o financiamento acabou.
“É um projeto importante para acompanhar a questão hídrica, a agricultura. É um projeto de baixo custo se comparado ao valor que esses dados têm para o mercado, mas não temos investimento”, diz Cláudio Almeida.
“Nós conseguimos organizar um excedente de orçamento para manter o monitoramento até abril, mas já não temos mais recursos. Mantemos até abril com muito menos que o necessário”, afirma.