O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques aéreos que deixaram quase 1.800 palestinos mortos são “apenas o começo”. Ele ainda diz que tem recebido apoio internacional e ajuda militar dos Estados Unidos na guerra.
“Estamos atacando nossos inimigos com uma força sem precedentes. Eu enfatizo: isso é apenas o começo. Nossos inimigos apenas começaram a pagar o preço. E não vou detalhar o que ainda está por vir. Mas digo a vocês que isso é apenas o começo”, afirmou Netanyahu.
“Destruiremos o Hamas e venceremos, mas isso levará tempo”, prosseguiu o premiê durante discurso televisionado nesta sexta (13). Segundo as Forças de Defesa de Israel, já foram lançadas 6.000 bombas contra a Faixa de Gaza.
Ele não detalhou como prosseguirão as ofensivas contra Gaza e também não divulgou quais ações serão tomadas para libertar os reféns mantidos pelo Hamas. Seu discurso foi criticado pela oposição por se limitar a frases de efeito, como “estamos lutando pelo nosso lar como leões”.
Yair Lapid criticou Netanyahu por ter gerado ansiedade entre israelenses e sugerir que sua fala teria algum impacto para a população.
“Como pode o primeiro-ministro de Israel deixar uma nação inteira em frenesi por um discurso incomum na noite de sexta-feira, apenas para depois não dizer nada sobre os reféns, o Norte, as retiradas de moradores”, afirmou Lapid ao jornal Jerusalém Post.
Além dos bombardeiros, na última segunda (9), Israel anunciou um “cerco total” a Gaza, bloqueando a entrada de comida, água, gás e eletricidade. A medida aconteceu após o ataque do Hamas no último sábado (7).
O bloqueio promovido pelos israelenses gerou o risco de colapso da saúde em Gaza. A ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que a região está em uma “situação devastadora” e que está “profundamente preocupada” com o impacto que a guerra pode ter na população civil.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que as pessoas necessitadas, as que fugiram das suas casas, as que vivem em abrigos, recebam a comida e a ajuda de que necessitam para sobreviver”, afirmou o diretor de programa da ONU na Palestina, Samer Abdeljaber.
Tropas israelenses têm cercado o entorno da Faixa de Gaza e estima-se que ao menos 300 mil pessoas tiveram que deixar suas casas desde o início do conflito.