O IBGE divulgou na manhã desta Terça (7) o resultado de toda a riqueza produzida pelo país em 2016. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou uma queda de -3,6% em relação ao ano anterior. Esse número coloca o Brasil na lanterna global se avaliarmos o desempenho de todos os países até agora apresentados.
Somado ao recuo de -3,8% de 2015, significa dizer que o povo brasileiro está vivendo atualmente a pior recessão de toda a sua história. Jamais presenciamos um período tão longo e profundo de decadência na economia brasileira. E isso quando o mundo inteiro retoma o crescimento.
Esmiuçado os dados do IBGE, o que já é trágico torna-se ainda mais devastador. De todos os três setores da economia que compõem o PIB (indústria, agropecuária e serviços), absolutamente nenhum apresentou crescimento. A última vez que esses três setores tiveram queda num mesmo período foi em 1996, mais de duas décadas atrás na era FHC.
Ainda na esteira da recessão, os investimentos (que segundo Temer voltaria a crescer assim que a presidenta Dilma fosse retirada do poder) despencou 10,2% retornando aos patamares de 2009 quando o mundo ainda sentia os efeitos da crise de 2008.
Já o consumo dos brasileiros teve retração de 4,2%. Reflexo direto da queda de 9,1% na renda per capta, da estratosférica taxa de desemprego que beira a indecência de 13 milhões de trabalhadores desocupados e do aumento do endividamento das famílias como um todo.
Esse é o quadro de pós-guerra formado pelo golpe parlamentar-judicial-midiático que teve início desde os primeiros minutos após anunciada a vitória de Dilma Roussef em outubro de 2014.
A instabilidade política, a crise institucional, o terrorismo da mídia, a obstrução de pautas no Congresso, o financiamento político para grupos “apartidários” provocarem as ruas, os vazamentos seletivos e ilegais da Lava Jato, tudo contribuiu para que fosse formada as condições necessárias para o impeachment. Tudo ao custo do esfacelamento das bases que sustentam a economia.
Mas eis que alheios a tudo isso, como se num conto de fadas, estão Michel Temer e seu fiel escudeiro Henrique Meirelles. Para ambos, talvez em função da distância que mantenham da realidade que os rodeia, o país demonstra sinais “claros” de melhora.
Meirelles, da mesma forma que assegurou que já no último trimestre de 2016 o país cresceria, foi obrigado a refazer as contas e acabou por adiar a sua previsão para o último trimestre de 2017. Isso num cenário em que será obrigado a aumentar impostos se não quiser ver a meta do déficit público (que ele também assegurou controlar) explodir.
Já Temer, na sua particular visão de melhora, está propondo a reforma tributária à base de Medidas Provisórias onde, mais do mesmo, os pobres pagam mais enquanto os ricos são mais uma vez beneficiados.
E por falar em ricos, ainda segundo o ilustre presidente sem voto, os únicos que estão reclamando da reforma da Previdência (que fará com que os trabalhadores contribuam por cinco décadas e se aposentem somente aos 65 anos) são unicamente os que mais ganham. Para os pobres, segundo o iluminado, está uma beleza.
Deve realmente ser maravilhoso viver no país imaginário dessa turma mambembe.