O ministro da Justiça, Flávio Dino, acionou a Polícia Federal para investigar supostos indícios de irregularidades praticadas no período em que o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) chefiou a Operação Lava Jato em Curitiba.
Suspeita-se que o político tenha feito uma negociação sigilosa com os Estados Unidos para dividir o montante que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades no âmbito da operação.
De acordo com uma reportagem do UOL, essas tentativas foram reveladas em conversas entre procuradores do Brasil e da Suíça via Telegram. Nas redes sociais, Dino comentou o caso:
“Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras.”
Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) July 24, 2023
Agora, a Advocacia-Geral da União pode apresentar uma ação de improbidade administrativa contra Dallagnol, que teve seu mandato de deputado cassado recentemente. Jorge Messias, chefe da AGU, ainda espera informações da Petrobras, do Ministério Público Federal e do Ministério da Justiça para planejar os próximos passos.
Na última sexta-feira (21), o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União solicitou que a Corte abra uma apuração. Na peça assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado também se menciona “o histórico da má atuação dos componentes da Operação Lava Jato”.
“Não é de hoje que me causam surpresa as indevidas ingerências que procuradores da Lava Jato realizaram na operação”, diz.
Após a matéria ser publicada, Deltan usou as redes sociais para defender a negociação do acordo, mas ao mesmo tempo alegou não reconhecer “as supostas mensagens obtidas mediante crimes, sem autenticidade atestada e usadas sem critérios éticos por diversos jornalistas”.