O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, fez um apelo nesta quinta-feira (2) e pediu que Bolsonaro corte relações com a Rússia. “Se não for ao nível estatal, que seja ao nível das empresas”, disse ele.
Tkach declarou que, se a medida for aprovada, a pressão sobre a Rússia poderá crescer. O país vem sofrendo retaliações e sanções internacionais de países e empresas após o início da guerra contra a Ucrânia. A lista também inclui bancos e bilionários russos que foram afetados pela decisão.
“Gostaríamos de uma maior pressão sobre a Rússia. Nós apelamos para se cortar todos os laços comerciais com a Rússia para pressionar. As empresas internacionais já estão cortando essa cooperação, como Netflix e BMW e outras não operam mais na Rússia”, declarou o diplomata. Anataoliy Tkach disse ainda que caso o governo brasileiro não aprove a medida, que as empresas brasileiras passem a implementar. “Se não for ao nível estatal, que seja ao nível das empresas”.
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Resolução aprovada na ONU condena Rússia por guerra na Ucrânia
Na quinta (01), a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções uma resolução que condena a guerra iniciada por Moscou contra Kiev. Apesar disso, a condenação não tem efeito prático, mas político, porque demonstra o relativo apoio dos países à Ucrânia.
“Agradecemos a todos os países que apoiaram a resolução. Agradecemos ao Brasil por votar em favor dessa resolução”, disse o representante da embaixada na Ucrânia. “Mas até o fim da ocupação dos territórios precisamos fazer outros esforços de pressão sobre a Rússia. Precisamos de mais sanções. A União Europeia está preparando um novo pacote de sanções”, concluiu.
Bolsonaro prometeu vistos humanitários para os ucranianos e Anatoliy Tkach disse que, além da ajuda humanitária, seria “um bom gesto” se Bolsonaro declarasse publicamente apoio à Ucrânia. O presidente, no entanto, vem mantendo um tom de neutralidade em relação ao conflito.
Com informações do g1.