O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convocou, nesta quinta-feira (20), os advogados das campanhas de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) para tentar viabilizar um acordo em torno dos direitos de reposta nos programas de rádio e TV do adversário.
Eles abririam mão de exercer o direito e se dedicariam a apresentar propostas para o país em suas inserções na TV e no rádio, foi o pedido de Moraes, segundo informou a coluna Mônica Bergamo, na Folha.
A campanha de Lula resiste à ideia, alegando que se defender das mentiras de Bolsonaro é um direito e que foi assegurado pelo próprio TSE. Acredita também que o acordo prejudicaria o candidato do PT, visto como quem mais sofreu ataques neste segundo turno.
Como não houve consenso, uma nova reunião foi convocada para esta sexta-feira (21). Ontem, a ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri decidiu suspender a decisão que ela mesmo havia tomado dias antes, concedendo ao PT 164 inserções na propaganda eleitoral de Bolsonaro.
O partido disse que vai recorrer da decisão, em busca de retomar o tempo de TV e rádio que lhe fora concedido. A decisão de Bucchianeri é válida até o caso ser julgado pelo plenário da corte, o que deve ocorrer nos próximos dias. Integrantes da campanha de Lula classificaram o novo entendimento da ministra de “surreal”.
Maria Claudia Bucchianeri foi indicada ao TSE por Bolsonaro e, após conceder direito de resposta a Lula, passou a sofrer pressão de aliados do atual mandatário. Segundo eles, a corte atua de forma parcial no julgamento das representações apresentadas pelas campanhas.