Há uma conjunção astral em torno do fato de Temer ter baseado sua defesa no STF numa perícia cascateira feita por um cidadão que não sabe escrever, paga por um jornal amigo dele.
É a fábula de um governo que nasceu com uma farsa, a das pedaladas, e se transformou numa outra.
O pedido de suspensão do inquérito aberto contra ele tem como argumento central a suposta edição que teria sido feita na gravação de sua conversa com Joesley Batista, dono da JBS, na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu.
No desespero de salvar Michel, a Folha se meteu num dos maiores vexames jornalísticos de sua história e ainda forneceu a Michel uma prancha furada para se apegar.
Ricardo Caires dos Santos é bacharel em Direito pela Unifig, de Guarulhos, e diz ter especialização em Direito Penal.
Segundo o Globo, entre seus trabalhos, “coube a ele determinar se havia ou não um fantasma numa foto da internet divulgada pela atriz americana Jéssica Alba no ano passado”.
Caires desmentiu a Folha e negou que o áudio tivesse 50 cortes. Na verdade, seriam catorze e ele “não tem condições de apontar onde estão os pontos de edição”.
Usou um programa de mídia chamado Audacity, gratuito, e errou nomes — a presidente do BNDES Maria Sílvia Bastos virou Marina Silva e a A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, CDN.
O laudo ainda tem erros grotescos de português, como mostrou o DCM.
A Folha de S.Paulo, em carta ao Globo, teve que enfiar o rabo entre as pernas. “Em nome da transparência, marca de seu jornalismo, a Folha voltará ao profissional para que ele esclareça o teor das declarações dadas a ‘O Globo’, a quem Santos ofereceu outra conclusão”, diz em nota.
Assistimos, portanto, a uma guerra de facções para ver quem fica com o que restou de um país. Um grupo quer manter Michel para continuar se locupletando com seu saque.
O outro prefere um nome diferente para completar o serviço das reformas.
Esse é o resultado do golpe dado por Temer e seu colega de bandidagem Aécio. Deus nos proteja.